New York

NEW YORK

São almas de ferro,

são corações de concreto

são sensibilidades de pedra

são prédios magníficos que se erguem

edifícios , arranha-céus.

São feitos passo a passo,

calculados a compasso,

penetrando, rasgando o espaço...

Perdida e paralisada,

os contemplo espantada.

Sou pequeno ponto compacto,

grudado no solo de aço.

Achatada molécula imantada ,

cérebro esmagado, despido de neurônios .

Que assustador este suador !

Aterrada,

imagino o homem a construir sem dó,

e ferida por minha mediocridade,

esfarrapada prisioneira da revolta,

sinto me como pó no asfalto quente.

Submersa em ódio impotente,

busco forças no dom do poeta,

rompo a barreira do som ,

perco o medo,

rasgo a noite e , no verso,perfuro o horizonte!

Suzana Heemann

Suzana da Cunha Heemann
Enviado por Suzana da Cunha Heemann em 23/05/2008
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