POESIA ALHEIA

Não meta o dedo

na poesia que passeia,

ela é livre, nua.

Uma rua de versos,

uma guarida de avessos.

Não meta a mão na poesia

que enlouquece, ela serpenteia

egos, desarruma ilusões.

Não meta a língua na poesia

que assombra, ela assopra fresca,

ventos mornos, sibilantes.

Não meta a cara na poesia que

agiganta, ela é assassina de mitos,

roedora de horrores.

Não meta os olhos na poesia que

chora, ela é menina, ela é pequena

e pode lhe fazer tremer as carnes.

Não meta o coração, nem os pés pelas mãos...

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 12/06/2008
Código do texto: T1031266
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