POESIA ALHEIA
Não meta o dedo
na poesia que passeia,
ela é livre, nua.
Uma rua de versos,
uma guarida de avessos.
Não meta a mão na poesia
que enlouquece, ela serpenteia
egos, desarruma ilusões.
Não meta a língua na poesia
que assombra, ela assopra fresca,
ventos mornos, sibilantes.
Não meta a cara na poesia que
agiganta, ela é assassina de mitos,
roedora de horrores.
Não meta os olhos na poesia que
chora, ela é menina, ela é pequena
e pode lhe fazer tremer as carnes.
Não meta o coração, nem os pés pelas mãos...