Enigmáticas loucuras...

Preciso traduzir essas minhas loucuras

Impetuosas... Pecaminosas... Tresloucadas

Que me assaltam a toda hora pela paixão

Acontece que não sei a língua delas

Lá na raiz da sua débil... Origem...

Que se baba e se espuma como fera

Maculando meus passos e esperas

Que por amar tanto me deixa equivocado

Às vezes ela parece o ideal... Noutra o pecado

Veste-se de virgem santa e fico tipo prostrado...

É impetuosa... Malandra... Para todos os lados

Ela me vê como seu paraíso... Em momentos

Mas logo me deixa abandonado e desvanecido

Com suas palavras... Atos de duplo sentido

Quando penso que soltará o seu grito de amor

Lá vem ela com a sua indecisão... Fonte da dor

A vejo sedenta... A engolir o próprio estampido...

Mas a loucura é assim mesmo... Meio bandida

Por vezes é sábia... Noutra, uma desvairada!

E me pergunto entorpecido o que faço com ela?

Dou-lhe uma ‘coça’... Ou apenas faço troça?

Eu a aliso com sorriso... Cuspo fora e a desfaço

É tema para uma bela prosa... Entre amassos

Quem sabe não tiro uns versos da sacola?

Não posso negar que me dou bem com ela

Porque sempre lhe dei guarida nesta vida

A loucura? É meio louca... Meio sabida

É a melhor amiga dos meus improvisos

Se eu vacilo... Logo vem ela e me engole

Se eu a atiço... Ela explode e vira meu vício

Faz da arte sua metamorfose e seu ofício

Vai-te embora minha enigmática loucura

Êpa! Volta logo... Sabes que eu não vivo sem você...

Fica comigo... Passeia... Não maltrata este teu amigo

Que um dia... Criou-te! Deixou entrar e te deu abrigo

Mas, por favor, se acerte com a sensatez e o perigo.

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 07/07/2008
Reeditado em 07/07/2008
Código do texto: T1069494