louvor a loucura
Louvor à loucura
Olhei pra dentro de mim
Vi a carcaça horrorizada
De um enlouquecido,
Hipocondriacamente insano.
Vou embriagar-me de loucura
Vou rasgar meus documentos
Sair gritando pela rua
Que não, sou, apenas números.
Nasci a explosões atômicas
Vi de dentro do útero
A face agonizante de uma mulher
Lutei contra germes e micróbios
Sobrevivi a guerras e recessões
Fui espancado a pontapés
Em movimentos grevistas.
Idealizei um cristo comunista
Sendo engolido pelo monstro
Capitalista.
Vi o mundo
E o mundo abriu-se
Abriram-se os olhos
Fechados pela arrogância imposta
Católica caótica pedófila
(não quero este rotulo religioso,
não quero ser cúmplice,
desse vicio criminoso).
Quero a loucura desmedida
A loucura incontida
Que não cabe em si
Que transborda em beleza e sabedoria
Quero persistir nessa embriagues
Gritar mil vezes, que belo a loucura,
E sua insensatez.
Vamos louvar a loucura
E sua insanidade,
Enxergar com os olhos de um louco
A vida sem vaidades.