EPITÁFIO
Quando eu morrer
Não quero ser velada
Pra que não me vejam
Sem vida
Esticada
Gelada
Quero ser cremada
E que minhas cinzas
Sejam lançadas
Numa verde floresta
Se possível
Encantada
Quero ali estar
Em espírito
E que cada átomo
De meu corpo
Esteja
Sobre a relva
Fresca e macia
Quero estar também
Nas asas das borboletas
Diurnas e noturnas
Para passear entre as flores
Voar com elas
Para onde forem
Viver ali eternamente
Fazer parte daquele encanto
Estar viva...porém sabendo
De minha morte
Serei apenas átomos
Dentro daquela imensidão
E em minha tumba
Que não será minha
Pois lá não estarei
Quero que seja escrito
Em mármore vinho
E letras douradas
“Anna Mel não está aqui
Vive agora entre as borboletas
Em uma floresta encantada
A espera de seu amado”.