Visões Internas.
Visões Internas.
(Sávio Assad)
Eu vejo a barra do sol
Consumindo todo o meu eu,
Superior a nossa realidade
E nos atingindo em cheio.
Vejo o amor matizado em cores vibrantes
E no seu semblante, sem cor, a fúria isolada
Que através de trovões solta o relâmpago
Clareando os caminhos sombrios.
Vejo o eterno instante, precioso de um sorriso
Arrancado de minhas veias, já mutiladas pelo tempo,
Sem um tempo para refletir a longa caminhada
Sobre seu corpo de estrelas cadentes.
Vejo o rasgo de sua boca a querer me engolir
E me triturar, num desalento lento e calculado,
Que para minha esperança já não me maltrata mais,
segue simplesmente o seu destino.
Vejo seus olhos, mais eles não me vêem,
Estão fechados para o tempo de renascer,
Como este sol que se põe, sem proposta de voltar
Sem coragem de emergir da escuridão.
Niterói - RJ - 14/08/2008