ÚLTIMO VENTO

Insana música.

Cada vez que descubro teus acordes

de lata, estremecendo as flores,

ainda tenho vergonha de mim.

Teus esquecimentos, teus joelhos

cansados de abafar a melodia da sinceridade.

Tuas verdades dilatadas no pescoço

das insanidades.

A angústia subiu as ladeiras e desapareceu

depois que te re-conheci

como o último vento que me tremeu.

Os terríveis deuses da palavra proferida

sem responsabilidade acertarão as contas

com minha poesia, com tua poesia,

e assim --- haverá o retorno da luz,

o rosto será livre, iluminado, não

haverá mais óculos escuros

para se eximir da claridade.

"Você merece o céu e as estrelas, jamais a escuridão"

(anônimo)

Clara Leticia(LC)
Enviado por Clara Leticia(LC) em 29/08/2008
Reeditado em 29/08/2008
Código do texto: T1151957
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