AVESSOS*
Soltura,
ruptura fora do lugar.
A cabeça não pensa...
Adormece um braço,
depois um verso, no mesmo
espaço: lapso de lágrima.
Oco, sem a sua permissão
sou mapa sem mina,
esquina sem lua, zonzura
no mundo (no meu)
Ser sua rima é melhor que
pensar-me estranha:
Aranha sem teia, mesa sem
talheres, mulher sem pecados.
É mais doce passear a minha
língua no teu corpo-verso.
e espancar-me toda, pelo
avesso.