AVESSOS*

Soltura,

ruptura fora do lugar.

A cabeça não pensa...

Adormece um braço,

depois um verso, no mesmo

espaço: lapso de lágrima.

Oco, sem a sua permissão

sou mapa sem mina,

esquina sem lua, zonzura

no mundo (no meu)

Ser sua rima é melhor que

pensar-me estranha:

Aranha sem teia, mesa sem

talheres, mulher sem pecados.

É mais doce passear a minha

língua no teu corpo-verso.

e espancar-me toda, pelo

avesso.

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 20/10/2008
Código do texto: T1238278
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