Violentamente Amargo

Eu viro, te reviro.

Aceito.

Escondo e me refaço,

Como uma agulha no palheiro.

Apenas um giro.

O último trago,

A última gota no fundo do copo.

A violência em um beijo,

E o corpo enlouquecendo...

Assim, eu lhe pago.

Transe um novo perdão,

Desça até o fundo.

A ausência do toque,

A pele mórbida,

Uma estranha sensação.

Um tapa no rosto,

E o coração escancarado.

Feche as janelas,

Não me deixe ver,

Troco o hábito pelo gôsto.

Como é grande a amargura,

Violenta, até demais.

Pegue minhas mãos e verá,

Os dedos sangrando,

A carne dura.

Siga meus passos, adiante.

Veja o que abandonou,

Pense em me matar.

Afinal. Aliás,

Um lindo e branco elefante.

Violente-me, assim.

Rasgue toda a roupa,

Beba o que puder.

Entristeça-me com o que tem,

Faça-o, por mim.