Poeta Maldito.

O poeta maldito já nasce meio inquieto

E no olhar um brilho incerto, brilha

Feito o Sol no céu, que é seu teto de estrelas

Seu mapa, sua trilha

E mesmo que seja desaforo

ou desatino

A ponta da caneta é o mais perto que chega

Das linhas tortas do Destino

Lapida blocos de palavras, pretendidas sólidas

Invocando a beleza das verdades mais sórdidas

Incendeia a casa, pra ver tudo arder em brasa

Buscando rimas mais tórridas

O poeta, maldito, depende de dor pra viver

Seja ela qual for, o importante é doer

O bastante para transcender, de dentro pra fora

Do dedo pra folha, do nunca pro agora

O poeta maldito já nasce inspirado

Viciado

Desprezado

Revoltado

Entusiasmado

Vagabundo

Embriagado

Iluminado

Demasiado, profundo.