Me perdoa...

Me perdoa se insisto em dizer que nem existo

Que sou apenas do teu pensar uma quimera

Uma coisa passageira fruto da imaginação

Ou quem sabe uma besteira inventada por uma canção

Me perdoa...

Pelas noites de amor que não vivemos

Pelos versos de paixão que só escrevemos

Pelos teus sonetos que eu li e guardei

O medo de amar me faz assim

Presa á sombra de um passado ruim

Escrava do não querer e da solidão

Me perdoa...

Pelas madrugadas em que te acordei

Em pensamentos que eu nem sei

Pela inspiração que em ti provoquei

Pelos banhos gelados sem fim

Pelas gotas de água que te abraçaram sem mim

Me perdoa...

Por não acreditar mais em ninguém

Nem em que me quer tanto bem

Por medo, por covardia ou por segredo

Por ter cicatrizes que faço coleção

Por ser doce companheira dessa escravidão

Em que eu própria me condenei.

Me perdoa...

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 03/02/2009
Código do texto: T1419710