UM BAND-AID PELO AMOR DE DEUS

Antes eu escrevia versos

Agora a poesia é quem me guia

Agora eu risco a carne à faca

Trituro neurônios com insônia

O insano põe veneno no meu prato

Eu como letras todo dia

Infiltro o léxico no meu sangue

E aplico verbos na alma

Eu peço calma a esse vício

Mas nada aplaca tanta alegria

E o poema vem em cacho

Com escracho, com dor e até leveza

Escrevo pelas ruas e praças

Em guardanapos, na folha sobre a mesa

Na mente na tela no muro

Não sei se me curo não sei se duro

Se o coração acalma

E a mente segura tanto agito n`alma

Enquanto o corte perdure

Enquanto o amor dure

Arranje-me um band-aid pelo amor de deus