Loucura que arde à noite
Loucura que arde à noite
Que escraviza a alma como açoite
Faz-me sentir essa chaga viva
Faz da dor mais um conviva
Da festa do meu coração
Loucura, dê-me o entedimento
Já que a razão é só lamento
Para compreender por que a estrela
Mais brilhante do meu firmamento
Apagou-se como vela derretida
Escurecendo a noite do peito
Que, sem luar, morre em meu leito
Fazendo da dor, alma bandida
Humilhei-me, e hoje desisto
Não sei porque ainda persisto
Em tão vil peregrinação
Pois nesta estrada em que caminho
Vivo só, sem ter meu ninho
Sem paz, em desolação
Quero respirar somente
Mas as mãos que de repente
Sufocam, fico sem ar:
É a loucura que vem docemente
Matando o peito que abriga o amar
Trazendo afinal minha consolação