Delírio, panico, solidão

Solidão, distancia,

Giram em minha mente,

Causando-me certa ânsia,

Estou são, porém doente,

Sei que são idéias vagas,

Que saem da minha cabeça

Direto pro nada!

E mesmo assim,

Retornam ilesas,

Tomando conta de mim,

Que solidão! Mais um trago,

Mais um conhaque,

Toda noite me faz estrago,

Garras afiadas,

Me deixam marcas,

Rasgadas,

No meu peito, nas minhas costas,

Que agora, sempre expostas,

Só a parede pra encostar.

Mais um conhaque...

Mais uma noite e...

Ela virá,

Com a noite, sem fim,

Vestida, com cetim,

E me levará,

Até aonde a alma chegar,

Guiada por Perséphone,

Entra no Hades!

Para seu último julgamento,

Da vida de um amante,

Que por crueldade obstante,

De um destino delirante,

Deixou-se por um instante,

Cair de seu cavalo alado,

Deixou de carregar o fardo,

De sofrer a dor,

De ter alguém distante.

mactire
Enviado por mactire em 28/04/2006
Reeditado em 28/04/2006
Código do texto: T146592