MÁ TEMÁTICA MENTE

Ele vai, vem

vem? Ele...

Ele passa e volta,

em voltas, em volta de si.

Círculos, labirintos...

No chão deita e rola,

o mundo é uma bola...chutada...

O que vem naquela cabeça cabeluda e fedida,

além de um saco cheio de latas velhas,

papéis velhos e muita sujeira?

Em trapos.

Cheira mal.

Causa medo. Medo...

As portas se lhe fecham; a rua é sua.

Num pedaço de papelão,

instintivamente, dorme na calçada.

Livre... Preso...

Contido pelas dimensões de sua cabeça oca

que apenas o cabem; e cabem?

Destino? talvez. Deus? não é possível!

Pensemos que o acaso é que quis assim...

O acaso plantou-lhe na cabeça, sementes

sementes sementes de...de... inocência,

de contínua inocência...

Pintou formas abstratas...

Arte... arte?

Descuidou-se ao bordar,

embaraçou as linhas,

deu o maior nó.

O acaso, que fez das linhas, da tinta,

das fibras? Que fez das peças,

dos acessórios de sentir?

Ao término do trabalho:

parafuso a menos. Ou a mais?...

Uma cabeça desmiolada...

Antonio Leal
Enviado por Antonio Leal em 04/03/2009
Reeditado em 10/05/2009
Código do texto: T1468046
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