MÁ TEMÁTICA MENTE
Ele vai, vem
vem? Ele...
Ele passa e volta,
em voltas, em volta de si.
Círculos, labirintos...
No chão deita e rola,
o mundo é uma bola...chutada...
O que vem naquela cabeça cabeluda e fedida,
além de um saco cheio de latas velhas,
papéis velhos e muita sujeira?
Em trapos.
Cheira mal.
Causa medo. Medo...
As portas se lhe fecham; a rua é sua.
Num pedaço de papelão,
instintivamente, dorme na calçada.
Livre... Preso...
Contido pelas dimensões de sua cabeça oca
que apenas o cabem; e cabem?
Destino? talvez. Deus? não é possível!
Pensemos que o acaso é que quis assim...
O acaso plantou-lhe na cabeça, sementes
sementes sementes de...de... inocência,
de contínua inocência...
Pintou formas abstratas...
Arte... arte?
Descuidou-se ao bordar,
embaraçou as linhas,
deu o maior nó.
O acaso, que fez das linhas, da tinta,
das fibras? Que fez das peças,
dos acessórios de sentir?
Ao término do trabalho:
parafuso a menos. Ou a mais?...
Uma cabeça desmiolada...