Demência

Medo insano de não poder viver...
Deixar esvair-se os sonhos por entre os dedos
e, na cegueira,
cair e levantar por entre a escuridão.
Sem forças, ser levada
na oscilação da brisa
ou jogada à praia com violência,
na maré cheia.
Esquecer de lutar,
amar e odiar
e sentar na praça
no sol da tarde
a perguntar-me quem sou.
Vestir-me de trapos,
comer migalhas e,
virando crianças,
chupar dedo e brincar e bilboquê