O alambique fantasma

Passou a vida toda destilando

Pinga insossa e vinho aguado

Cerveja sem gosto

Contudo, ninguém deixa morrer

Sua caduca e já velhaca memória

Usado para temperar meras festas

Que celebram o quê?

Está escrita a palavra “libertação” em seus cartazes

Mas se libertar do quê?

Somente vendem diversão

A um preço injusto

De tão velho faleceu

Assim como a alegria dos jovens

Essa morta desde cedo

Um espectro, uma sombra somente

Uma foto de lápide

José Marcelo Siviero
Enviado por José Marcelo Siviero em 13/05/2006
Código do texto: T155294