O alambique fantasma
Passou a vida toda destilando
Pinga insossa e vinho aguado
Cerveja sem gosto
Contudo, ninguém deixa morrer
Sua caduca e já velhaca memória
Usado para temperar meras festas
Que celebram o quê?
Está escrita a palavra “libertação” em seus cartazes
Mas se libertar do quê?
Somente vendem diversão
A um preço injusto
De tão velho faleceu
Assim como a alegria dos jovens
Essa morta desde cedo
Um espectro, uma sombra somente
Uma foto de lápide