O Trem da Vida


Não me pediram pra parar
Desci da vida em movimento

Rolei no vento – Voei sem asas
Como um pássaro inconseqüente

E a vida toda em um só segundo
Rasgando a carne como faca

Faca afiada – corte profundo
No meio fio – pobre coitado

Um golpe só na envergadura
A vida inteira não vale nada

Se não se tem o que procura
Se tem o que lhe foi doado...



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Não me pediram pra parar
Desci da vida em movimento

Rasguei a carne - Rompi meus carmas
Perdi meu sangue - Vazei por dentro

Gritei meu nome enfurecido
Como quem chama um vira-lata

Nesse momento enraivecido
Não pude ver fui enganado

Muitos se perdem pelos caminhos
E outros tantos deixam de lado

Corria o tempo – vozes diziam
Estaria morto – Ou só calado...