EM SILÊNCIO ESCUTEI-ME

Meu sossego não é maior;

Minha paz de espírito,

Não se enobreceu;

Minha raiva não tem inimigo,

Ou amigo;

Meu lamento não tem ofensa;

Meu choro fica comigo;

Minha distância é de mim;

Minhas desculpas,

São só isso;

Meu comportamento define-me;

Meu calar diz-me em silêncio,

O que a falar não consigo dizer;

Minha Ironia,

É escárnio de mim mesmo;

Meu amor é cru;

Meu desejo sabe-lo tu;

Meu ganho,

É pouco mais que nada,

Que ao nada foi buscar;

Minha espera não tem chegar;

Minha pressa anda perdida;

Meu saber se dissipa

Nos livros que ainda não li;

Minha simulação,

São braços estendidos,

Que a mentira fica só com os ofendidos;

Meus versos

São reversos, inversos,

Que nos versos se revezam;

E quando a noite chegar,

Com certeza eu vou lá estar.

Jorge Humberto

(00:39/Abril/30/03)

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 26/05/2006
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