SOBRE PEDRAS E COLIBRIS*
Um dia eu fujo daqui,
viro pedra ou colibri.
Saio de cena,
mordo a cobra que envenena
ao meio -dia.
Um dia eu morro
no fim da picada.
Fujo do picadeiro ou
encontro o forasteiro
da terra encantada.
Um dia eu vou pra floresta
e me livro do que eu não li:
Dos livros, das atas,
das metáforas engaioladas.
Um dia eu viro poeira de estrela,
coisa que só passa na peneira
do impossível.
Um dia eu rabisco esse grito,
e dou as costas pro indizível.