SOBRE PEDRAS E COLIBRIS*

Um dia eu fujo daqui,

viro pedra ou colibri.

Saio de cena,

mordo a cobra que envenena

ao meio -dia.

Um dia eu morro

no fim da picada.

Fujo do picadeiro ou

encontro o forasteiro

da terra encantada.

Um dia eu vou pra floresta

e me livro do que eu não li:

Dos livros, das atas,

das metáforas engaioladas.

Um dia eu viro poeira de estrela,

coisa que só passa na peneira

do impossível.

Um dia eu rabisco esse grito,

e dou as costas pro indizível.

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 09/06/2009
Código do texto: T1639689
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