Ao ilustre desconhecido

Quero teu cheiro somente

Teu corpo não me basta

Tua essência é meu prisma

Teu cansaço, tua insônia

Te quero assim, bem distante

Te sonhar é meu vício

Desejar em mim, uma constante

Coleciono notícias que o vento trás

Penduro no meu varal tua alma

Roubo assim tua parte eterna

Aquela que nem percebes que te falta

Sou eu que te deixo sem ar

Minha imagem miragem te entrega

Teu desejo em mim se resume

Quero o teu eterno buscar

Tuas dúvidas, meu combustível

Quero você descalço de caminhos

Perdido em meus pensamentos

No labirinto em que criei

Emaranhado nas teias que plantei

Saber que existes por aí

Que me queres assim meio louca

Ma faz viver como eu quero

Sobre brasas, sob o sol, com asas.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 13/06/2009
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