INSTINTO DE AUTOCONSERVAÇÃO
Instinto de Autoconservação
Os nervos eriçados
criam uma onda fria
a confrontar-se
com o calor da agitação cardíaca.
O sangue está em rebelião
quer bater-se contra
a parede dos vasos sangüíneos
e rompe-los.
Dores pontiagudas
espalham-se por
toda extensão craniana,
a cabeça quer abandonar o corpo.
E vai surgindo agressiva raiva
que elimina o medo,
despertando o fulgor dos primitivos instintos.
Quem era vítima indefesa
ante ao predador,
agora quer ser algoz cruel
de seu tolo agressor.
Despertando os genes da força descontrolada
que é a alma da violência pronta para atacar.
Acorda o mecanismo de auto conservação,
é matar ou morrer, é agredir ou ser agredido.
É olho por olho, dente por dente,
é o nutrir da vingança
como forma de preservar-se vivo.
É a balança da justiça
trocada pela força da espada,
gerando amargo retrocesso civilizatório
Criando um estado tribal adornado
pelas quinquilharias da tecnologia,
imobilizando as virtudes.
Pervertendo a filosofia,
desmoralizando a ética,
fazendo da velhacaria hipócrita meio de vida.