do Destino

Soltar-me-ia o destino n’algum lugar

A vida simples com cheiro de flor

Que, regada de felicidade e amor

Traria às manhãs o frio pra acordar.

Quem, em sono, sonharia forte

Respirando fundo o ar mais puro

Mas, ainda agora, eu procuro

Traçar, sozinho, este meu norte.

Soltar-me-ia ao léu, este destino

E diria algo como ‘vá e dê jeito’,

Nem tudo se eleva a perfeito

Menos ainda se burlar os desafios.

Ah, destino! Sabes bem que jamais

Tive a ti como amigo ou cousa assim

Sou do meu tempo, meu deus, e por mim

Que faça ou desfaça! Eu corro atrás...

Quiseres brincar? Que brinque, pois

Quiseres interver, pois que tente

Vai que um dia, assim, de repente,

Eu te engano e deixamos o tédio pra depois?