Anjo Ferido
Nos seus olhos posso ver
Expressão de profunda dor
Sentimento obscuro que tomou conta de ti
Quem mandou se iludir?
Suas asas dilaceradas
Que as garras da nuvem estraçalhou
Quis voar alto de mais
O vento o carregou
E os espinhos que deixaste pra traz
Cravaram em sua carne
Rasgando-te
E aqui estou eu, entorpecida
Com o vinho do teu sangue
Na sua vida há utopia
Na minha mão seu coração
Fraco
Confundo sua mente
Fragmento teu ser
Com os olhos cheios de sangue
Não consegues ver
Que suas incertezas
Me mantém viva, sagaz
Rio da tua cara
Que transpira inconseqüência
No teu semblante vejo a áurea ofuscada
De um anjo ferido
Que me alimento e consumo
Santa inocência!
Agora grito nos seus ouvidos:
- sou sua consciência.