O itinerário na escuridão
Adormecido em minha comiseração
Envolto pelo meu desencanto
Vejo as almas ainda perdidas ,
Sozinhas, esvaindo-se de aleive
Desperto de minha agonia ,
Venho despido de altivez de falsidade
As horas se vão e os dias se passam,
Atravessam a realidade e caem
Quimeras vivem.
Percorrem os caminhos denso de dor
Sustentam-se de aparências
Olvidam a essência do orbe
Regressem ou sorvam o cálice amargo da dor
É como esperar a nudez
De um amanhecer cinzento
Na esfinge de emoção sobre meu sepulcro
Não basta abrir o coração
Não é bastante não ver!
Para contemplar os jardins frios e tristes
É preciso também não ter amor nenhum.
Sem amor não há sentimentos : há idéias apenas
Há só uma porta fechada , e todo mundo lá fora ;
E um sonho do que se poderia ver se a porta se abrisse,
Mas que nunca é o que se espera quando se abre a porta
Sinto-me morrer.
Somos produto de um erro ;
Há tanta vida ,dor e mentiras lá fora.
Transes de morte por fim nos esperam
Já não sabemos se a contraímos ou se ela a nós.