NUA MUDEZ

Falta-me língua afinada,

e ávida bebo da fonte

de quem mata a morte:

Quem de sede não morre.

Falta-me língua macia

e pálida: o rubro me explica.

No espelho, nada me existo

Nos olhos de quem proclama

vestir-me de poesia.

E eu insisto...

Falta-me língua de outras

línguas...

Macias, sábias, bilingues

Seguras de seus sentidos

Densas em seus gemidos.

Falta-me línguas de outros

sabores.

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 30/06/2009
Reeditado em 30/06/2009
Código do texto: T1675688
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.