NUA MUDEZ
Falta-me língua afinada,
e ávida bebo da fonte
de quem mata a morte:
Quem de sede não morre.
Falta-me língua macia
e pálida: o rubro me explica.
No espelho, nada me existo
Nos olhos de quem proclama
vestir-me de poesia.
E eu insisto...
Falta-me língua de outras
línguas...
Macias, sábias, bilingues
Seguras de seus sentidos
Densas em seus gemidos.
Falta-me línguas de outros
sabores.