Blues do Poeta Louco

Chega e senta no banco mais alto

Olha pro asfalto e sorri sem nexo

Pede uma dose, abre o livro,

Se vê livre mas ainda perplexo

Não liga pra o que os outros dizem

Ele progride e na paz leva a vida

Acente um cigarro que ali é amigo

A sua dose queima quase que despercebida

Fecha o livro e abre o caderno

Nada é eterno, hoje, só os seus poemas

Começa da dança, ele se espanta

Queima outra vez a garganta

- sem nenhum problema!

Termina o texto, outro pretexto

Pra pagar a sua conta e sair pra rua

Quase em casa, o peito em brasa,

Antes de abrir a porta, olha pra cima

E ainda escreve à Lua.

Júnior Leal
Enviado por Júnior Leal em 02/07/2009
Código do texto: T1678197
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