Viver não é preciso

É por essa viagem estrada a fora

Que vou me desvendar por dentro.

Vou embora, já é hora de tentar entender

O que nem eu mesmo sei o quê.

E quando voltar, quero ser diferente

Do que quando partir.

- Não quero dar a volta ao mundo feito o sol

Que no outro dia volta igual.

Vou deixar para trás,

“Na primeira curva,

restos de sonhos e ilusões perdidas...”

Quero lá na frente

Novos sonhos incandescentes.

Vou me alimentar de terra,

Vou me banhar de lua,

Vou subir as serras,

Vou andar descalço pelas ruas...

E tentar esquecer que existem guerras

E o sabor da boca sua.

Verdades vão arder em meu peito.

Vão queimar as mentiras maquiadas.

Fazer com que as palavras silenciadas pelos meus lábios

Toquem um concerto de harmonia pensada...

Feito menino vadio de castigo

Que engole o choro, preso no quarto,

Refletindo sobre suas travessuras.

Por esse caminho

Vou só

E só vou porque viajar é preciso,

Viver não é preciso.

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 02/07/2009
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