ESTADO DE VIGÍLIA
Nesse estado de vigília:
Lacuna e ilha, pálpebras
freudianas
E peço a pressa do sono,
porque prego peças no meu
estado onírico.
Dores profanas...
Recalque versus catarse:
Versos de drama.
Amanso o estado bruto
da minha consciência.
Depois lapido,
Depois de ter morrido em
sapiência.
Logo decido quem é esse
que se apresenta sem vestes:
As dores frágeis de ciprestes
guardiões.
Nesse estado de vigília,
a ilha não é favo e o largo
é tão hostil.
Prefiro o cio dos meus neurônios,
do que a sábia delícia desses
hormônios líquidos que me escorrem.
Uso a haste dessas notas que eu
não toco, a ave de rapina que devora
a minha rima de improviso.