ESTADO DE VIGÍLIA

Nesse estado de vigília:

Lacuna e ilha, pálpebras

freudianas

E peço a pressa do sono,

porque prego peças no meu

estado onírico.

Dores profanas...

Recalque versus catarse:

Versos de drama.

Amanso o estado bruto

da minha consciência.

Depois lapido,

Depois de ter morrido em

sapiência.

Logo decido quem é esse

que se apresenta sem vestes:

As dores frágeis de ciprestes

guardiões.

Nesse estado de vigília,

a ilha não é favo e o largo

é tão hostil.

Prefiro o cio dos meus neurônios,

do que a sábia delícia desses

hormônios líquidos que me escorrem.

Uso a haste dessas notas que eu

não toco, a ave de rapina que devora

a minha rima de improviso.

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 02/08/2009
Reeditado em 27/11/2009
Código do texto: T1732270
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