Camarote para o raiar do sol
Tento te enxergar através da taça de vinho
Você me sorri em tom estranho
De um triste vermelho aguado
Já teus verdes se misturam
Dão uma cor que não sei nomear
Somente apreciar em silêncio
Já voam longe os lábios
E os elementos de um sorriso
Aos poucos se desfazem
O ar corrói tuas covinhas
E o pouco que sobra
É o que não se pode tocar
Não se preocupe, pois ganhei asas
Para colher tuas lágrimas cadentes
Me apropriei de nuvens pacatas
Para amansar teu pranto
E dar-te o camarote do raiar
(Aquele que você sempre quis).