De buracos negros as extremidades do céu

Vi a vida contada

Em pequenas partículas de alegria

Apontei em uma direção

Encontrei, sem espanto, o desespero.

Suei frio, não tinha outro jeito.

Exprimi, contundentemente

A minha ultima partícula de alegria

Desespero, desespero

Procurei outra direção

Busca em vão

Deparei-me com horrenda realidade

Gritei, - Salve-me alguém.

Procurei...

De buracos negros as extremidades do céu

Não há mais como encontrar a alegria

Esta morreu há muito

Vi a cabeça explodindo no banheiro.

O sangue parado no ar e escorrendo

Saciei-me do apavoramento

Nunca existiu, a alegria?

Ela apenas se fazia...

Em momentos de eminência

Desfragmentei-me

E fragmentei-me em decadência

Alojei-me na loucura

Falei com os demônios

Andei sobre notas musicais

Desistindo a todo custo de sonhar

Acordei em um deserto ameno

Havia pessoas

Mas elas não existiam

Eram surdas, cegas e mudas.

Simplesmente estruturas móveis

Sentir-me afogado na privada

Ton Dourado
Enviado por Ton Dourado em 17/06/2006
Código do texto: T177231