Demência

Fecha os olhos ainda perplexo

Ainda cansado, ainda confuso,

Inconsciente, ébrio e complexo,

Sentindo o sonho em que se torna intruso

Nas margens da insanidade que o toma,

Corre sobre lâminas. Sagram seus pés

Apesar da visão, nada sente nesse coma

Gira o corpo, tece ilusório revés

Nada, porém, se transforma

São luzes, são vozes, são imagens

São massas disformes e mágoas mornas

Há cores, formas e falsas mensagens

Sem saber onde está, permanece atônito

Apenas um vácuo de emoções por companhia

Nada responde como que em féretro lacônico,

Nessa fase inconsciente e vazia,

Da vida e da demência intermitente

Que já, há muito, tão bem lhe cabia!

Brandim
Enviado por Brandim em 31/08/2009
Código do texto: T1784055
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