MÁRIO DE SÁ CARNEIRO

Labiríntica estrada sinuosa,
Na escavação aquém de mim perdido,
No espelho uma imagem pavorosa,
De um outro eu confuso – escondido...

Nos outros eus que tive uma prosa,
Tantas pessoas vi em mim vertido,
Pessoa, doutor Jekyll  –  um tal Rosa,
A Willian Wilson – Dorian Gray – vivido...

Pergunto, então, ao homem do espelho,
Quem é você? E sou o que espero?
Uma criança sou dentro do velho...

Não busco compreender a busca então,
Pois muitos representam – com esmero – ,
No palco dessa vida em confusão...


12/09/09
 
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Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 11/09/2009
Código do texto: T1805272
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