O LOUCO
O louco
Trancado em seu quarto de louco
Acorrentado mãos e pés
Agitava a cabeça
Numa dança insana.
Seus olhos arregalados
Vermelhos feito fogo
Vagos se perdiam
No vázio do quarto.
Seus lábios entreabertos
Na ânsia muda de gritar
Babava agonia
Arfava ardente desejo
De inundar o recinto
Com o choro de impotência...
Permanecia sentado
Acorrentado, estático
Esperando silêncioso
A sanidade que jamais virá.
O louco
Sentado, acorrentado
Nada vê, nada ouve
apenas espera acontecer...
CIÃO - 07/ 08/ 2009
Ilhésus - BA