ÁGUAS QUE CORREM

Essa água, que pelo regato corre,
vai sempre em frente e nunca morre,
é de nossa rápida vida, bem diferente.
Um dia vai desaparecer o canto da siriema
sei que morrerá um dia também, Iracema,
ninguém nesse planeta, ficará para semente.

O que nunca acreditei, e em reencarnação
como as árvores, apodrecemos no chão,
após a primavera, também cai a flor.
Nascemos, e fazemos parte dessa cadeia
nunca seremos como um grão de areia
morre nossa vida, morre nosso amor.

Tiro de minha vida, o máximo de proveito,
viver mais que vivo, não tem jeito,
sei que também não vou ficar.
Como eternas águas que enfeitam a baía,
também não morre ,e eterna, uma poesia,
morre o poeta, e nasce outro em seu lugar.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 14/01/2010
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