Laço

Se falo me entrego

Diz como faço

Por isso muda eu fico

Diz como digo

Se choro minhas lágrima

Me afogam no castigo

Te quero distante

Longe de minha vontade

É tarde...

Pensamento é tormenta

Imagem, foco, atitude

Cor definida sem ilusão

Inquietude

Provocação

Então como canto

Se minha voz morreu na tua

Do beijo que não te dei

Saiu o pranto

Torto teatro sem platéia

Sem querer te trago aqui

Pra me assistir

Aplausos para não sorrir

Aconteceu assim

De letra em letra fui até aí

Feche a porta por favor

Enquanto ainda tenho amor

Quero a inspiração cruel

De quem ficou na imaginação

Para poder escrever meus versos

Sonhar, nadar, chorar na escuridão

É cedo...

Fique mais um pouco

Preciso desse “querer”

Sai de mim devagar

Não bata a porta sem trinco

Leve as telhas contigo

Quero a lua como abrigo

Saia...

Agora encontrei um motivo

O mesmo dos poetas malditos

Um amor sem amor pra se dar

Uma saudade infinita e sem par

Motivo pra escrever esses versos

Que teus olhos vão ver passar.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 18/01/2010
Código do texto: T2036399