Sombra
Já fui sombra
No lamento, na tristeza
Na agrura dos erros
Escondi-me na efemeridade
Vivi apático,
Camuflei a sensibilidade
Vivi marginal, fui banido
Sempre em renovação
Rompi com as grilhetas invisíveis
Talhando o homem
Aperfeiçoo-me todos os dias
Olhando mais para dentro
Combato melhor as tentações
Conheço e aceito os defeitos
Como humildemente
Refiro as qualidades
Não sou mais uma sombra
Sou eu
Na paixão, no amor
Busco a interioridade
A harmonia no despertar
Finalmente, na pedra dura
Começo a esculpir o rosto doce