Indigente
Tenho fome
Nas ruas me abrigo
Nas noites...
O vão esquecido protege-me do frio
Sob o papel
O cartão aconchego o corpo
De vestes velhas e rasgadas
Corpo sujo
Deambulo em busca da esmola
Da bondade
Todos me negam
Ninguém me vê
Apelidam-me de indigente
Sem abrigo
Não me consideram gente
Negado por todos
As ruas a minha morada
O quotidiano sofrimento
Entre o cimento gelado
Votado ao esquecimento
Sem dignidade viva
Não sou exigente
Apenas preciso de ajuda
Carinho e atenção