Viagem passarinheira

De regresso ao meu lar o riso brota

a dança na alameda morna e mansa,

arvoredos passarinham na conquista,

que seu dono,o meu olhar, não cansa

de pintar e sorver no cheiro de mata,

cheia dos cantares que o olhar lança

em faíscas ardentes de saudade aberta,

por onde mina cada gota d’esperança!

Meus olhos perdidos na passarinhagem

intrínseca, muito íntima, pedaço deles,

azuis, verdes, sol n’água, doce viagem

desnuda-me a alma na troca das peles!

Asas abertas,riso frouxo,n'olhar a alma

espia liberta,o mais supremo viver ganha,

o crepúsculo vem se abrasando na chama,

deliro! Incrível,indescritível a façanha!

Santos-SP-23/08/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 23/08/2006
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