FERRO x ferro

Ele vendeu a grade da casa,

Vendeu o portão,

Parte da casinha do cachorro,

Vendeu o portão e a sombra da ilusão.

Vendeu a mesa já velha de guerra,

A geladeira que servia de armário para saisfazer

O vicio do jogo ordinário.

Vendeu o chão de ferro da família

Agora, quem pisa desliza.

Quando chove... Torce pelo dia de sol,

Quando anoitece... Torce para que este amanheça.

Quando já é dia... Torce para este passar...

E passando... É apenas mais um dia.

Ele vendeu a educação,

vendeu a alma,

vendeu a jaula que estava vazia.

Perto dele quem moraria?

Tudo ele vendia.

Quando ventava forte... Ele pensava em ter sorte.

Então, começava a disputa:

Vento x Chuva.

FERRO x ferro.

Tristeza x Cobiça.

Jogo x Azar...

Ele vendeu o portão onde muitas vezes eu o vi passar.

Só não vendeu a porta do coração,

Porque a vida dura enguiçou dentro da fechadura... E não pôde tirar.

Debora Moreno

Debora Moreno Contadora de histórias
Enviado por Debora Moreno Contadora de histórias em 15/05/2010
Reeditado em 05/02/2013
Código do texto: T2258354
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