O MORTO


Morto.Acabava de chegar
Inerte, estático, petrificado
Ocupava luxuoso lugar
Sua mortalha cor negra
Num terno bem cortado
A gravata é de seda
Vermelho, intenso encarnado
Sua urna madeira nobre
Cedro ou mogno entalhado
Forrado de branco cetim
Os metais fundidos em cobre
Flores brancas de jasmim
Meio corpo o recobre
Empalhado as entranhas
Exalava só formol
Duraria o dia inteiro
Do nascer ao por do sol
De suporte para urna
Um dourado pedestal
Candelabros prateados
Rebrilhavam o local
Toda pompa e ciscustância
Para o lindo funeral
Mas o que tinha relevância
Não havia neste hall
Seres vivos e parentes
Pra chorar o falecido
Era festa pras pessoas
Porque o mal tinha morrido.



Dego Bitencourt
Enviado por Dego Bitencourt em 15/05/2010
Reeditado em 17/05/2010
Código do texto: T2258410
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