SEREIA

Caminho.. pés sorvidos na areia,

Olhos fechados imagino... sereia

Vinda do fundo do mar alheia.

Me devasta ... olhos profundos

Este acanhado e oculto mundo

Donde me traz ...um único tudo

E agora o tempo habita no sorriso

Terno me incisa como lâmina

Escuto tão distante riso...

A que falta .. um aviso

palavra deflagrada que digo.

No sol.. casca tênue

E em mim o tempo habita

na marca aqui abandonada

e nada de som ... nada de luz

e mais além incógnito seduz

e a força foge ao domínio

e vejo um silenciar insultado

do caminho a areia levou-me

longe e dentro dos profundos olhos

e aindo sonho com alheia sereia

que me devasta donde me traz.