Ode à que morreu de loucura
Ah! Pensa que me engana,
mente vil, cruel e insana?
Mascare-se, oculta sua gana!
Ilude a boca imunda que te explana!
Faz-me achar que não existe a chama
da paixão, que em peito meu não inflama!
Faz-me flagelar aquele que me ama,
faz de seus versos sordidez e lama!
E depois, quando nada mais me resta,
faz de minha loucura sua lúcida festa!
Da solidão visita, fá-la fiel e honesta!
E por fim, seu golpe de mestra!
Acaba com a vida do cárcere que enfesta!
Suga a força que esse corpo lhe empresta!