Ode à que morreu de loucura

Ah! Pensa que me engana,

mente vil, cruel e insana?

Mascare-se, oculta sua gana!

Ilude a boca imunda que te explana!

Faz-me achar que não existe a chama

da paixão, que em peito meu não inflama!

Faz-me flagelar aquele que me ama,

faz de seus versos sordidez e lama!

E depois, quando nada mais me resta,

faz de minha loucura sua lúcida festa!

Da solidão visita, fá-la fiel e honesta!

E por fim, seu golpe de mestra!

Acaba com a vida do cárcere que enfesta!

Suga a força que esse corpo lhe empresta!

The Dreamer
Enviado por The Dreamer em 15/09/2006
Reeditado em 19/09/2006
Código do texto: T241135