UM POUCO DO NADA

Fico na sombra da castanheira

De bruços em frente ao poente.

A vida em mim é passageira

E eu dela um ser temente.

Em virtudes eu me refaço

Do direito ao meu avesso,

Do proveito do nado eu me desfaço,

Volto ao inicio quando tropeço.

Do meu fracasso não vejo proveito

Do nada tenho fartura,

Mais a esperança em mim é tão pura

Que do nada torno perfeito.

Marcos Vieira
Enviado por Marcos Vieira em 23/08/2010
Código do texto: T2455529
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