ONTEM TIVE MEDO
(Sócrates Di Lima)
 
Ontem tive medo de mim,
Tive medo de olhar para traz.,
Tive medo sim,
Esquecer-me se isto for capaz.
 
Ontem tive medo...
Medo de sonhar.,
Medo de não acordar,
Degredo.
 
Ah! Esse medo que dantes não tinha,
E que de repente tomou conta do meu ser.,
Um medo que me torce a espinha,
Medo de sofrer.
 
Como apagar as marcas do corpo?,
A tatuagem na pele.?,
Não, não apagam, são marcas que o destino teve como escopo,
E trouxe no seu bojo o segredo que no coração se reveste.
 
Medo de não esquecer este amor,
Medo de não amar novamente.,
Medo que me queima sem ardor,
Medo de deixar de ser gente.
 
Medo de tropeçar e não mais me levantar,
Medo de não tropeçar.,
Medo de perder a coragem e não me reciclar,
Medo...medo de sonhar.
 
Hoje, não tenho medo da solidão,
Nem da desilisão.,
Muito menos da ilusão,
Só o medo de perder a poesia e a canção.
 
Não tenho medo de ir além do que posso ir,
Nem medo de  meus limites ultrapassar.,
Mas, se eu perder este medo, nunca vou descobrir,
Para onde o medo vai me levar.

Hoje não tenho medo de nada...
Nem posso ter medo amanhã, enfim.,
Agora, só tenho medo de perder o medo,
E nunca mais ter medo de mim.

APENAS UM POEMA

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 13/10/2010
Reeditado em 14/10/2010
Código do texto: T2553389
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