Galáxia

Galáxia

Mesmo que as palavras fujam de mim, que tentem disfarçar o querer ou que minha sombra não me acompanhe mais.

Mesmo que a música não toque em corações, que partículas de asteróides não cruzem mais os céus apaixonados.

Mesmo que noites de prazer não tenham mais o sentido de sentir, que toques murmurantes não sejam mais com gemidos e suspiros.

Mesmo que o que é proibido não se esconda mais por entre discos e papéis, que a nitidez esfumaçada por traz de peles quebradiças se ofusque em fortes raios luminosos.

Mesmo que o sol não aqueça e não derreta mais, assas de cera no alto além, que a criança não sorria mais com o sentido puro ou com a pureza sentida.

Mesmo que o inevitável seja extinto, banido do meio, que o sonho não apareça mais em noites de insônia, deverá restar nem que seja em meu pobre glossário pensante duas palavras para dizer “te amo”.