Ando selvagem pela vida...

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Ando selvagem pela vida, feito um animal vadio com porte indócil.

Trago por dentro energia represada, sentidos aguçados e olhares felinos.

Tudo me excita, tudo me instiga.

Ouço vozes dentro de mim, e dentro delas bebo rimas que escorrem em meu ventre quente.

Ando selvagem pela vida, ando fácil demais...

Ando sussurrando penetrâncias por ruas vazias,

Levantando a saia para me abanar,

Ando com vontades esquecidas,

De suar a pele, de sentir o cheiro de chuva molhando o mato,

De passear de pés descalços na relva macia.

Ando escutando meus gemidos,

Consumindo olhares e versos perdidos.

Ando selvagem pela vida,

ando coberta de estrelas silenciosas.

Ando...

inundada de mim.