O depois da minha morte.
Da vida tive o amor de quem soube me amar.
Dos anônimos, dos covardes e o resto da mocidade;
Quem me dera um coração maior que o mundo,
Para lhes guardar...
Mas só o que eu pude ter, foi o presente.
Que por anos durou, e agora me fecha os olhos...
Para os que um dia eu existi
Carregaram uma saudade em si.
O que me resta agora é só a morte.
Vou segui-la para onde ela quiser.
Sem se quer souber a sina,
Para que bem ou mal ficar.
E depois da minha morte;
Os que ficaram tiveram a sorte,
De um dia me conhecer...
E se puderem lembrar!
O pranteio que ficou logo se aguçará
Pois a fementida vida irá lhe ajudar,
A me esquecer...
E com isso ainda viverá.
De tudo que eu fiz
Posso dizer: “– Fui Feliz!”
E ainda levo comigo a essência,
De uma vida depois da minha morte.
Quem saiba ainda sim possa viver
Para te escrever, o que é morrer...
E “estar vivo”.
Numa cândida morte!
Com o passar, se, lembrares de mim
Agradeça ao bom Deus.
Que um dia eu me fiz a crer,
Até mais que a mim.
E tudo continuará deserto.
As flores floresceram.
E vocês viveram.
Enquanto a minha morte!
Tudo viverá,
Crescerá,
Existirá,
Menos eu...