O depois da minha morte.

Da vida tive o amor de quem soube me amar.

Dos anônimos, dos covardes e o resto da mocidade;

Quem me dera um coração maior que o mundo,

Para lhes guardar...

Mas só o que eu pude ter, foi o presente.

Que por anos durou, e agora me fecha os olhos...

Para os que um dia eu existi

Carregaram uma saudade em si.

O que me resta agora é só a morte.

Vou segui-la para onde ela quiser.

Sem se quer souber a sina,

Para que bem ou mal ficar.

E depois da minha morte;

Os que ficaram tiveram a sorte,

De um dia me conhecer...

E se puderem lembrar!

O pranteio que ficou logo se aguçará

Pois a fementida vida irá lhe ajudar,

A me esquecer...

E com isso ainda viverá.

De tudo que eu fiz

Posso dizer: “– Fui Feliz!”

E ainda levo comigo a essência,

De uma vida depois da minha morte.

Quem saiba ainda sim possa viver

Para te escrever, o que é morrer...

E “estar vivo”.

Numa cândida morte!

Com o passar, se, lembrares de mim

Agradeça ao bom Deus.

Que um dia eu me fiz a crer,

Até mais que a mim.

E tudo continuará deserto.

As flores floresceram.

E vocês viveram.

Enquanto a minha morte!

Tudo viverá,

Crescerá,

Existirá,

Menos eu...

Belra Cross
Enviado por Belra Cross em 18/12/2010
Reeditado em 18/12/2010
Código do texto: T2678343
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.