Do Absurdo
Arrancando-me os cabelos um a um
Levando eles à boca e chupando sua raiz
Repetindo isso feito um ritual de autoflagelo
Tirando remorso de não sei o que
Enfiando-me os dedos na garganta
Garantindo minha aceitação social de beleza e padrão
Negando-o a morte como juramento secreto de irmandade
Renegando a vida, mas amando o material dela
Próteses no corpo carregadas como malas
Partes do corpo que não sinto
Repudio o prazer de ser tocada
Pelo prazer de ser desejada
Pílulas, remédios e injeções
Tudo eu faço pelos outros
Mas não se trata de ajudar
Trata-se de ser, ser para os outros