Do Absurdo

Arrancando-me os cabelos um a um

Levando eles à boca e chupando sua raiz

Repetindo isso feito um ritual de autoflagelo

Tirando remorso de não sei o que

Enfiando-me os dedos na garganta

Garantindo minha aceitação social de beleza e padrão

Negando-o a morte como juramento secreto de irmandade

Renegando a vida, mas amando o material dela

Próteses no corpo carregadas como malas

Partes do corpo que não sinto

Repudio o prazer de ser tocada

Pelo prazer de ser desejada

Pílulas, remédios e injeções

Tudo eu faço pelos outros

Mas não se trata de ajudar

Trata-se de ser, ser para os outros

Feder Palmer ( Federico Manchado )
Enviado por Feder Palmer ( Federico Manchado ) em 18/12/2010
Reeditado em 18/12/2010
Código do texto: T2678726
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