Mentiras pré-históricas
Tudo começa no antes
E termina no depois
Feito um beijo
Que interrompe uma frase
No hiato do peito
Punhal carmesim
Perfura o meio vazio
E o coração chora
Depois de tudo ser criado
Depois das flores se abrirem
Para o abismo
A mulher despiu a noite
Vida que vem da escuridão
Rasgando na face do sol
Um trilha febril de sangue
E todos frutos se tornaram doces
Divido as palavras
Tento ouvir cinco vogais
Entre um sussurro e um murmúrio
Os mistérios do universo ecoam no ar
Enquanto os fantasmas dançam com as sombras
A linha cresce
E parece sem fim
Ouço as consoantes sibilarem com os travesseiros