Mentiras pré-históricas

Tudo começa no antes

E termina no depois

Feito um beijo

Que interrompe uma frase

No hiato do peito

Punhal carmesim

Perfura o meio vazio

E o coração chora

Depois de tudo ser criado

Depois das flores se abrirem

Para o abismo

A mulher despiu a noite

Vida que vem da escuridão

Rasgando na face do sol

Um trilha febril de sangue

E todos frutos se tornaram doces

Divido as palavras

Tento ouvir cinco vogais

Entre um sussurro e um murmúrio

Os mistérios do universo ecoam no ar

Enquanto os fantasmas dançam com as sombras

A linha cresce

E parece sem fim

Ouço as consoantes sibilarem com os travesseiros

carlos assis
Enviado por carlos assis em 02/01/2011
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